Continuo à procura da minha energia, vontade de viver, força, alegria. Sinto-me esgotada. Por tudo o que aconteceu ao longo do último ano e por tudo o que está a acontecer atualmente. E o pior é sentir que não tenho ninguém com quem possa falar, comentar verdadeiramene tudo quanto se passa comigo. Nunca fui de máscaras. "What you see, is what you get". Mas há meses que todos os dias coloco uma máscara para esconder o que verdadeiramente se passa comigo.
Uma incapacidade enorme em me sentir em paz, tranquila, feliz. Vivo constantemente sobresaltada, atenta, à escuta. Sinto que não posso baixar a guarda. O meu mundo deixou de ser confiável e seguro. Eu pessoa que confiava à partida, sem medo, deixei de confiar. Eu que mantinha o controlo e organização no caos, sinto-me com pouco controlo sobre a minha vida e a viver num estado de desorientação constante. Não consigo pensar devidamente, não consigo organizar-me, sinto-me oca por dentro. A minha determinação foi-se. Não sei o que quero. Tenho dificuldades em decidir até se quero kiwi ou maçã para o pequeno almoço. Faço tudo de forma mecânica, incapaz de sentir. É como se me tivesse proibido de sentir e apenas mantenha acionado o botão "protege-te". Deixei de ser livre. Passei a viver no medo e a organizar a minha vida em modo "precaução, avaliação de consequências futuras". Achava que o problema era do sítio em que estava a morar. Receava que me afetasse e pelos vistos, após um ano de estadia naquele ambiente hostil, fiquei afetada. Achava que tudo ia melhorar com a mudança para Braga (ainda nem isso sinto que aconteceu mesmo, ainda nem pude apreciar o "estar de volta"). Afinal o problema está comigo e em mim. Quero acreditar que as minhas expectativas não ver ser defraudadas. Quero acreditar que, mais uma vez, vou dar a volta. O problemas é que desta vez sinto-me esgotada, cansada e, acima de tudo, sem recursos para sacudir esta nuvem. Preciso parar. Recuperar. Reencontrar um novo ponto de equilíbrio. Voltar a acreditar que tudo vai dar certo.
E no final deste post percebo, que todo este turbilhão, advém da mudança. Está a acontecer todo um mundo novo, em mim e à minha volta e se calhar só agora estou a perceber isso.