Razão ou emoção? Talvez uma das mais antigas lutas da humanidade... o melhor mesmo é tentar equilibrar as duas

domingo, 6 de dezembro de 2015

O grito que me sufoca


Nunca te pedi nada. Nada que fosse impossível. E o que eu queria era tão pouco.
Bastar-me-ia ouvir-te dizer que tivestes saudades minhas, que te fiz falta, que te completo, que me queres por perto... muito perto. Só queria que te sentisses meu. Para que eu me sentisse tua.
Mas talvez o meu pouco seja o teu muito. O meu possível seja o teu imposssível.
Talvez, um dia, nos encontremos no meio termo. Talvez.

quarta-feira, 2 de dezembro de 2015

Felizmente faltam 29 dias para o ano acabar

Não aguento mais perdas.

2015 foi um ano de desaparecimentos definitivos - pelo menos fisicamente - de pessoas que me eram muito queridas. Mas a notícia que acabo de receber, representa uma das maiores perdas do ano. Comecei 2015 a perder a pessoa que mais cuidou de mim quando era menina. Termino o ano com a perda da pessoa que mais cuidou de mim na vida adulta. No primeiro caso, era esperado devido a doença. No segundo, deveria ser algo esperado tendo em conta a idade... mas sendo alguém que já ultrapassou tanta coisa, porque não ultrapassar mais uma? "Ela é forte. Sempre se aguentou." Pensava eu enquanto me diziam "Ela está muito mal". Mas já tinha estado muito mal antes e sempre acabava por me dar aquele abraço, aquele beijo forte, acompanhados por mais uma lição de vida. Não era minha avó de sangue, mas era avó do coração. E eu não vou poder lá estar para me despedir dela. Porque as pessoas que me encaram como uma adulta na hora de resolver problemas, tratam-me como uma menina nestes momentos, procurando-me proteger ao esconderem-me a notícia. Esqueceram-se é que hoje em dia há redes sociais, telemóveis e mensagens onde tudo se sabe e eu fiquei a saber da pior maneira e no pior momento. Tenho hoje, à mesma hora em que se realiza o funeral, uma reunião super importante. Sei que me posso despedir depois mas não será a mesma coisa. E pior de tudo é que sinto-me a chegar ao meu limite de recursos para manter a capa de miúda/mulher sempre alegre e bem-disposta. Neste momento quero desabar. Quero não ter que me recompor. Quero não ter que terminar a apresentação. Quero-me descontrolar. Quero colocar "esta dor que grita bem cá dentro" toda cá para fora. Quero gritar que não aguento mais. Não aguento mais cuidar e não ser cuidada... e hoje, hoje sinto que perdi um bocadinho mais de hipóteses de ter quem cuidasse de mim. 

E sei que não devia pensar nisso agora... mas assusta-me vislumbrar a ideia de que até ao final do ano é provável que mais uma perda venha a acontecer... se é que já não aconteceu...