2 meses. Fazem exatamente dois meses desde a última vez que
estivémos juntos, desde que partiste. Depois de um primeiro mês em que me
surpreendeste com a tua espontaneidade , com a tua iniciativa, com a tua vontade
de partilhares comigo a felicidade da novidade de experiências num país novo,
neste segundo mês mal falámos... Como é que isto aconteceu? Estarão as minhas
dúvidas a apoderarem-se de mim e a afastarem-me? Sinto-me dividida. Se há uma
parte em mim que sente uma necessidade enorme em falar contigo, pois sei que
será o suficiente para acalmar esta ansiedade e esta angústia, há outra parte
que me impele a não o fazer. Sei que posso ter forçado esta situação. É
ridículo, eu sei, mas tomei a decisão de não te procurar por uns tempos ...
Ficar à espera... Ver o que farias com a minha ausência. Mas na verdade eu
sabia o que ia acontecer. Porque és tão desligado? Como é possível conseguires
demonstrar tanta indiferença quando na verdade és tudo menos isso? Porque tenho
de ser sempre eu a ir falar contigo? Resultado: um mês! um mês sem nos falarmos
e o acumular de uma raiva e angústia difíceis de gerir que me levam para um
mundo de pensamentos e de hipóteses quase obsessivos.
2 meses. Tal como tinhas referido mudaste de país não sem
antes te despedires em grande viajando para mais um destino de sonho...Mudaste
de país, mas não para aquele que era suposto ires inicialmente. Se calhar ainda
vais para lá... não sei... não faço a mínima ideia do que se passa... e como eu
gostava de saber!!! Como eu gostava de partilhar novamente tudo isso contigo! Não
resisti e enviei-te uma mensagem... uma mensagem à qual não te prestaste a
responder ... Tudo isto deixa-me confusa... Como devo interpretar estes sinais?
Há em mim uma vontade inexplicável de não te deixar fugir, de continuar a
acreditar, que sente que algo mais está para vir. Mas por outro lado há
momentos em que uma sensação de desistência, de finitude, de ausência de
futuro fala bem mais alto... A própria
decisão de não te procurar não se trata mais do que uma forma de eu provar a
mim mesma que tenho razão, que isto é tudo em vão e que eu devia parar de pensar
tanto em ti, parar de te ver em tudo quanto mexe e culpar-te por não vires
atrás, por não teres feito o suficiente. E no entanto, parece que quanto mais me
afasto mais parece que a vida me manda sinais para não o fazer. Não sou pessoa
de criar expectativas. Idealizar talvez, mas não de acreditar ou esperar a
concretização dessas fantasias. O que tiver de ser, será. Mas por favor volta
depressa! Para o bem ou para o mal, por favor volta depressa para que tudo isto
termine!
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