Desde que publiquei o post "A culpa é dos filmes da Disney" que não consigo parar de pensar no conteúdo do texto. Assim que o li pela primeira vez, identifiquei-me logo com ele... Felizmente, parece-me que as gerações mais novas estão a crescer com uma maior noção de alternativas (mas desprovidos de valores morais). Mas eu cresci com os dogmas e os padrões descritos no texto. Era como se quisessem fazer da minha geração produtos de uma linha de monstagem: pré-formatados e todos iguais. Amigas minhas e, às vezes, eu própria, vemo-nos encurraladas entre o sonho ideial, romântico e perfeito que nos incutiram e levaram a acreditar enquanto crianças nascidas no final dos anos 80 (portanto, com pais e famílias ainda muito marcados pelo salazarismo) e a realidade atual do século XXI, moderna, livre, diversificada e cheia de alternativas. Transmitiram-nos a ideia de um futuro expectável e carregado de felicidade: crescer, estudar, tirar um curso, arranjar um trabalho (para a vida), ter um ou dois namorados (se tiveres mais não és moça de respeito e atenção! serás virgem até ao casamento), casar (para sempre! nem pensar em divórcio!), viver numa casa de sonho, ter filhos, trabalhar para eles e para poupar (aproveitar a vida é pecado!), envecelher, ser avô/avó, entrar na reforma e esperar tranquilamente a morte (caquético de velho/a e naturalmente, porque doenças... essas não existem!). Mas as coisas mudaram num curto espaço de tempo e algumas destas crenças foram ultrapassadas... Terão sido mesmo?
Hoje deparei-me com este artigo no público que não poderia vir mais a calhar. Se calhar em relação ao emprego, vida social, aproveitar a vida, etc, as coisas poderão ter mudado... mas sem dúvida que concordo que continua a existir uma pressão, não diria para a conjugalidade, mas para os "ajuntamentos", para a formação do próprio núcleo familiar. Aceita-se que isto aconteça em idades mais tardias, mas parece estar inerente uma prazo de validade, uma data de expiração que, quando ultrapassada, passa-se a ser mal encarado pelo facto de ainda não se ter dado o nó.
Hoje deparei-me com este artigo no público que não poderia vir mais a calhar. Se calhar em relação ao emprego, vida social, aproveitar a vida, etc, as coisas poderão ter mudado... mas sem dúvida que concordo que continua a existir uma pressão, não diria para a conjugalidade, mas para os "ajuntamentos", para a formação do próprio núcleo familiar. Aceita-se que isto aconteça em idades mais tardias, mas parece estar inerente uma prazo de validade, uma data de expiração que, quando ultrapassada, passa-se a ser mal encarado pelo facto de ainda não se ter dado o nó.
No meu caso, felizmente venho de uma família em que não há grandes pressões... embora cada vez mais considere que não se toca no assunto mais por tabu do que por outra coisa. No entanto, também é sabido cá em casa que tenho ideias diferentes em relação a estes temas e conhecendo-me como alguém muito independente também não estranham o facto de não ter ninguém. Não ligam sequer a isso. O mesmo já não acontece em alguns dos meus círculos de amigos... e a verdade é que ultimamente tenho-me sentido até um pouco desconfortável no meio de alguns deles. Não só por ser a única solteira no grupo mas porque não acho que lá por ter quase 28 anos, tenho de "acalmar", ficar mais por casa e ir menos para a noite, beber menos e ter menos aventuras amorosas. Já agora coloquem-me uma auréola e metam-me num altar! Se quero ter alguém do meu lado? Sim, claro que sim. Se quero casar? Nem sequer penso nisso, mas não é coisa que faça questão. Não quero, nem acredito em percursos tradicionais. Acho que cada um sabe de si e tem que ver aquilo que é melhor para si. Acho que este foi até um dos motivos porque gostei do final do HIMYM: o Ted e a mãe não casaram, juntaram casa e tiveram filhos. Aconteceu tudo de forma imprevisível e eram felizes assim. A vida dá muitas voltas e não acontece do jeito que muitas vezes imaginámos. Se eu achava que estaria a terminar agora o doutoramento? Não! Era uma coisa que queria mas não pensava fazê-lo agora. Se eu achava que estaria a viver em período de crise e não teria trabalho fixo? Não, nem pensar! Algum dia imaginei vir a gostar tanto de praticar exercício físico? Nunca!!! Se eu achava que estaria solteira nesta idade e com um sério problema no que diz respeito a relacionamentos? Não, não foi isso que imaginei... Se sou menos feliz por isso??? Muito pelo contrário! Por isso, deixem de me impor padrões, vivam mais em função de vocês e do que vos faz felizes e menos em função daquilo que é esperado!
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