Não consigo perceber porque estou assim... assim de
coração apertado. Partes (ou já partiste) hoje. Partes para um local que
não gosto. Acho-o arriscado e ameaçador e não consigo deixar de ficar inquieta
com a ideia de que algo de mau pode acontecer. Estou assim de coração
apertado... e não consigo saber bem porquê. Acho que é porque tenho medo. Medo
por ti e por mim. Quando partiste da primeira vez, havia mágoa, raiva,
tristeza, zanga, incompreensão. Hoje, dia de partida, há sentimentos comuns aos
de uns meses atrás mas com um significado diferente. Não há zanga nem mágoa.
Foi tudo esclarecido, dando lugar à serenidade que há muito procurava. Mas esta
minha mente e este meu coração não páram. Continuo inqueita. Continua esta tensão que teima em não me largar. Continua a
tristeza, mas agora é a tristeza da partida. A tristeza de quem, ao ter
descoberto a possibilidade de sentimentos mútuos, quer falar mais, quer estar
mais, quer abraçar mais e sabe que não pode. A tristeza de ter de controlar
estes impulsos porque não quer andar depressa demais e passar barreiras tão
robustamente estabelecidas. A tristeza que vem do medo de tudo isto ser uma ilusão. Estou assim de coração apertado. E se eu estiver errada? E se eu tiver percebido tudo mal? Como vou conseguir lidar com a certeza dos teus silêncios? E se eu me interessar por alguém? Sinto-me sufocar por estes medos, dúvidas e contradições. Estou assim de coração apertado... e ainda hoje é o primeiro dia riscado no calendário. Coração, relaxa. Tens 115 dias (ou melhor, 114) para te acalmares e uns 5 dias finais para colapsares novamente. Por enquanto, sossega, tudo pode acontecer ;)
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