Eu não sou de me pronunciar muito acerca destas coisas... mas li no facebook este texto de opinião e não posso deixar de partilhar. Sinto uma empatia muito grande por este texto porque eu própria, fiz parte da Associação Académica (não do Porto) durante três anos apenas como colaboradora, sem ocupar cargos importantes e percebo bem o que ele quer dizer. Lamento imenso o sucedido e só posso deixar uma mensagem de força à família e amigos :(
Opinião (de Luis Rebelo)
Opinião, todos podemos ter. Eu tenho esta, porque também posso. O Marlon faleceu. Obviamente conhecia-o. Estive no recinto da Queima das Fitas do Porto nessa noite, assim que soube do sucedido e me foi possível. Presenciei o estado anímico lastimável, desolador das pessoas que passaram por esses momentos. Deixem-me dizer-vos com propriedade, quem não esteve lá, não sabe o que estes jovens passaram. Não sabe e não saberá, porque digo-vos, é impossível de imaginar. Uma direção e uma comissão executiva, compreensivelmente, absolutamente destroçados. 17 tiros em cerca de dois minutos, e um AMIGO morto. Só consigo presumir uma imagem próxima do caos e partilhar da angústia de também estes meus amigos. Uma partilha sincera de quem sente que o lugar do Marlon podia facilmente ter sido ocupado por qualquer um de nós, centenas de participantes na organização de uma Queima das Fitas, ano após ano. A ninguém nessa noite e no dia seguinte não passou pela cabeça um "E se...". Centenas de nós passaram por aqueles contentores da organização às mais variadas horas do dia. "E se..."
Não me falem de insensibilidade, não me falem de ambição. Não me venham falar de falta de respeito. Deixem-me antes falar-vos do sofrimento de pessoas que apesar de terem vivido estes momentos absolutamente indiscritíveis e que jamais conseguirão esquecer, insistem contra a sua angústia e contra o seu cansaço, contra os artigos assassinos e os comentários de quem não sabe a verdade e não quer saber, organizar uma Queima não para si, mas para os estudantes e para a cidade do Porto. Insistem, e deixem-me que vos diga, insistem com muita coragem. Insistem e insistem bem. Além da família e amigos próximos, a ninguém estão estes momentos e estes dias a custar mais do que ao associativismo na academia do Porto. Evite-se o julgamento fácil de quem na verdade, por não conhecer o colega, julga que quem organiza uma queima, não o conhecia e não o tinha como amigo.
Insistem bem porque a FAP representa associações de estudantes que por sua vez representa estudantes, e mais de 20 mil estudantes estiveram presentes na noite de sábado. Concorde-se ou discorde-se, a FAP soube ler os sinais e as vontades daqueles que representa, parece-me. Tiveram de tomar uma decisão muito difícil, sem experiência para isso (não há aliás preparação possível para uma situação destas). O luto académico no Porto, para quem não sabe, é decretado pela praxe académica e não pelo movimento associativo e parece mesmo que pessoas há que conseguem estar mais revoltadas com estes nossos colegas voluntários do que com os verdadeiros culpados desta tragédia!
Apesar dos artigos de opinião absolutamente imbecis e que ultrapassam todos os limites, não se preocupando com a verdade ou a mentira, estes jovens, de 22, 23 e 24 anos continuam com uma coragem absolutamente extraordinária a fazer um evento para os outros. A comissão executiva pouco ou nada se diverte numa queima das fitas. Mas infelizmente parece que em Portugal um jornalista diz o que quer, como quer e está sempre tudo bem. Continuamos a cair numa demagogia absolutamente escandalosa e a tomarem-se boatos como realidade. Custa muito fazer o trabalho bem feito. É mais fácil atacar jovens sérios, promissores e cheios de sonhos (sim, é um artigo de opinião e tenho a vantagem de os conhecer a todos), que estão a fazer o melhor que podem e que sabem, sem serem pagos em troca. É ainda mais fácil atacar esquecendo qualquer quadro moral, de valores e de princípios quando se é pago para isso.
Parece que hoje tudo vale para atacar a FAP. Recordo que as Assembleias-Gerais da FAP são públicas, todas elas, incluindo as de prestação de contas. É contudo dificil fazer o trabalho bem-feito. Estudar, informar-se, ter uma opinião fundamentada, discuti-la, e finalmente tirar conclusões. O jornalismo do bitaite está em alta. A demagogia está em alta. A falta de escrúpulos está em alta. A participação cívica, voluntária, desprendida, está em baixa. Talvez agora digo eu tenham cuidado quando destroem, sentados num sofá e protegidos por um ecrã, destruir o que jovens tentam diariamente fazer. "Por uma prioridade na educação", continua, está visto, a fazer todo o sentido. um abraço de força à comissão executiva e a todo o movimento estudantil!Opinião, todos podemos ter. Eu tenho esta, porque também posso.
Opinião (de Luis Rebelo)
Opinião, todos podemos ter. Eu tenho esta, porque também posso. O Marlon faleceu. Obviamente conhecia-o. Estive no recinto da Queima das Fitas do Porto nessa noite, assim que soube do sucedido e me foi possível. Presenciei o estado anímico lastimável, desolador das pessoas que passaram por esses momentos. Deixem-me dizer-vos com propriedade, quem não esteve lá, não sabe o que estes jovens passaram. Não sabe e não saberá, porque digo-vos, é impossível de imaginar. Uma direção e uma comissão executiva, compreensivelmente, absolutamente destroçados. 17 tiros em cerca de dois minutos, e um AMIGO morto. Só consigo presumir uma imagem próxima do caos e partilhar da angústia de também estes meus amigos. Uma partilha sincera de quem sente que o lugar do Marlon podia facilmente ter sido ocupado por qualquer um de nós, centenas de participantes na organização de uma Queima das Fitas, ano após ano. A ninguém nessa noite e no dia seguinte não passou pela cabeça um "E se...". Centenas de nós passaram por aqueles contentores da organização às mais variadas horas do dia. "E se..."
Não me falem de insensibilidade, não me falem de ambição. Não me venham falar de falta de respeito. Deixem-me antes falar-vos do sofrimento de pessoas que apesar de terem vivido estes momentos absolutamente indiscritíveis e que jamais conseguirão esquecer, insistem contra a sua angústia e contra o seu cansaço, contra os artigos assassinos e os comentários de quem não sabe a verdade e não quer saber, organizar uma Queima não para si, mas para os estudantes e para a cidade do Porto. Insistem, e deixem-me que vos diga, insistem com muita coragem. Insistem e insistem bem. Além da família e amigos próximos, a ninguém estão estes momentos e estes dias a custar mais do que ao associativismo na academia do Porto. Evite-se o julgamento fácil de quem na verdade, por não conhecer o colega, julga que quem organiza uma queima, não o conhecia e não o tinha como amigo.
Insistem bem porque a FAP representa associações de estudantes que por sua vez representa estudantes, e mais de 20 mil estudantes estiveram presentes na noite de sábado. Concorde-se ou discorde-se, a FAP soube ler os sinais e as vontades daqueles que representa, parece-me. Tiveram de tomar uma decisão muito difícil, sem experiência para isso (não há aliás preparação possível para uma situação destas). O luto académico no Porto, para quem não sabe, é decretado pela praxe académica e não pelo movimento associativo e parece mesmo que pessoas há que conseguem estar mais revoltadas com estes nossos colegas voluntários do que com os verdadeiros culpados desta tragédia!
Apesar dos artigos de opinião absolutamente imbecis e que ultrapassam todos os limites, não se preocupando com a verdade ou a mentira, estes jovens, de 22, 23 e 24 anos continuam com uma coragem absolutamente extraordinária a fazer um evento para os outros. A comissão executiva pouco ou nada se diverte numa queima das fitas. Mas infelizmente parece que em Portugal um jornalista diz o que quer, como quer e está sempre tudo bem. Continuamos a cair numa demagogia absolutamente escandalosa e a tomarem-se boatos como realidade. Custa muito fazer o trabalho bem feito. É mais fácil atacar jovens sérios, promissores e cheios de sonhos (sim, é um artigo de opinião e tenho a vantagem de os conhecer a todos), que estão a fazer o melhor que podem e que sabem, sem serem pagos em troca. É ainda mais fácil atacar esquecendo qualquer quadro moral, de valores e de princípios quando se é pago para isso.
Parece que hoje tudo vale para atacar a FAP. Recordo que as Assembleias-Gerais da FAP são públicas, todas elas, incluindo as de prestação de contas. É contudo dificil fazer o trabalho bem-feito. Estudar, informar-se, ter uma opinião fundamentada, discuti-la, e finalmente tirar conclusões. O jornalismo do bitaite está em alta. A demagogia está em alta. A falta de escrúpulos está em alta. A participação cívica, voluntária, desprendida, está em baixa. Talvez agora digo eu tenham cuidado quando destroem, sentados num sofá e protegidos por um ecrã, destruir o que jovens tentam diariamente fazer. "Por uma prioridade na educação", continua, está visto, a fazer todo o sentido. um abraço de força à comissão executiva e a todo o movimento estudantil!Opinião, todos podemos ter. Eu tenho esta, porque também posso.
Sem comentários:
Enviar um comentário