Razão ou emoção? Talvez uma das mais antigas lutas da humanidade... o melhor mesmo é tentar equilibrar as duas

segunda-feira, 9 de setembro de 2013

Decidi escrever-te uma carta...

Provavelmente vais ficar espantado por receberes esta carta. Mas neste momento escrever é o melhor meio que encontro para poder exprimir-me de forma clara e sem os receios que têm surgido ultimamente quando estou cara a cara contigo. Acho que já devíamos ter falado há muito tempo atrás. Mas da minha parte houve sempre receio e ao mesmo tempo esperança que as coisas melhorassem. Mas, pelo menos para mim,as coisas foram ficando cada vez piores.

Já mais do que uma vez te disse que não me eras indiferente. Desde que te conheci que foi assim.  Gostei de ti desde o início, gostei do teu ar enigmático e fiquei sempre curiosa em relação a ti. Por isso sempre fui metendo conversa contigo. Queria saber mais de ti. Mas tu não permites que isso aconteça e acabaste por saber muito mais de mim do que eu alguma vez consegui saber de ti. Quando começámos a falar a minha vida estava um caos e tu fazias me sentir bem. Era quase terapêutico. Atenção que nunca te procurei, nem tinha esta  curiosidade com segundas intenções. Tratava-se só de conhecer alguém, nada mais do que isso. Mas tu foste me cativando. Davas-me apoio, fazias me sentir bem, especial, eras super perspicaz e muitas vezes ajudaste-me a ver as coisas de outra forma. Quando me dizias que eras "desligado" nunca quis acreditar porque, pelo menos, comigo nunca o foste. Agora quase dois anos depois e de tanta coisa ter acontecido tenho que te dar razão. Não sei se te lembras de me teres convidado para ir ver o carnaval de verão. Quando me levaste ao carro perguntaste porque fui, se era porque o trabalho não estava a ir bem ou por outros motivos. Menti na resposta que te dei. É claro que fui para estar contigo, para te ver. Foi o meu pânico nessa resposta que me alertou para o facto de poder estar a sentir por ti mais do que amizade e por isso tentei afastar-me um pouco. Não queria confundir as coisas. Mas de repente era verão  e começámos a estar sempre juntos. Acho que seria errado negarmos termos entrado num certo jogo de sedução, aí sim, em alguns momentos, com segundas intenções. Há uma noite que me lembro particularmente bem. Foi no fim de semana antes do festival. Não parávas de dizer que estava muito bonita, estavas super espontâneo e, no final da noite, não paravas de insistir para eu ficar e ir até a casa do teu primo. Aquela despedida marcou-me. Um abraço super prolongado e no final uma vontade enorme de te beijar e, ainda por cima, uma vontade mútua. Mas tive medo.. porque sabia que me estava a apaixonar. Mas fui negando e escondendo, sem nunca ter a coragem de falar contigo, mesmo achando que era mútuo. Até que a notícia da partida veio precipitar muito as coisas. Não me arrependo nada daquela noite em tua casa, mas a tua postura logo a seguir fez me duvidar. As nossas conversas nunca mais foram as mesmas e tu que sempre me fizeste sentir especial, de repente já não o fazias. Quando falávamos, as tuas respostas eram distantes. E muito honestamente, apesar de saber que não tinhas de o fazer, não gostei que não tivesses dito nada quando regressaste e ainda menos fui gostando à medida que o tempo foi passando e tu continuaste sem dizer nada e sem te preocupares em dar resposta a algumas sms. Era como se não te importasses sequer em manter a amizade. Mas o episódio do carnaval, contigo a enviar sms à minha procura mais não veio do que confirmar que ainda havia ali alguma coisa e que durante aqueles meses todos aquele silêncio eramos nós a não saber lidar com a situação. Mas ias partir novamente. Gostei do convite para a nova despedida. Não tinha porque não ir. Tu nunca foste para mim um amigo de circunstância e apesar de tudo continuava a gostar de estar contigo. Não tinha “remorso” ou problemas em relação ao que se tinha passado lá pa trás. Mas aquela sms ao jantar, tão direta e inesperada mexeu comigo. Desta vez não tinha porque “esconder” a minha atração por ti. Era mais do que óbvio para os dois. E se “awesome” é um dos adjetivos que mais gostas, então awesome é de facto aquilo que és. Essa noite foi mto significativa. Adorei mesmo. Não só nos deu oportunidade de esclarecermos coisas, como voltámos a falar normalmente depois disso. Uma vez disseste me “se as circunstâncias fossem outras isto até era uma coisa que poderia dar certo”. Naquela manhã lamentei mesmo muito as circunstâncias e achei que nunca estiveste tão certo.  E depois, no meio do último abraço, à porta de tua casa perguntas-me “até daqui a 4 meses, pode ser?” É claro que naquele momento disse que sim! Mas 4 meses é demasiado tempo e tu não me davas garantias de nada. A vida tinha que seguir em frente e o teu silêncio e falta de procura só confirmavam que não podia alimentar coisas. Tu ias voltar, mas quanto tempo iria demorar até partires novamente?

Mas aquela  noite absolutamemte fantástica da tua festa de boas vindas desarmou-me completamente e veio trazer a tona muita coisa que eu achava que tinha ficado lá atrás. E tu parecias lembrar-te do “até daqui a 4 meses, pode ser?” com todo o jogo e importância dada naquela noite. Nao vou mentir: criaste demasiadas expectativas nessa noite. As circunstâncias agora estavam a nosso favor. Íamos passar mais tempo juntos o que seria bom para vermos se alguma coisa tinha mudado e ver o que poderia acontecer. Mas lamentavelmente, a minha perceção das coisas desde aí não é boa. Não me queria sentir assim, sou otimista e procuro ter pensamentos positivos. Mas um negativismo apoderou-se de mim e da forma como tenho interpretado as coisas. Algo mudou sim. Não sei se foi pelas expectativas que criaste naquela noite, mas fiquei sempre à espera que algo mais acontesse entre nós. Não estou com isto a querer dizer que esperava ter uma relação mais seria contigo neste momento. Mas pelo menos recuperarmos algum do tempo, reavivar a amizade, a relação e percebermos o que fazer com esta atração mais do que óbvia um pelo outro e com outros sentimentos que houvessem à mistura. 

Mas fui-me apercebendo que se calhar não havia nada para esperar e pela primeira vez, não só concordei com o seres desligado, como te achei arrogante e egoísta. Eu não sei se já te apercebeste, mas nós deixámos de falar. Em grupo falamos dentro do contexto das conversas que temos, mas eu e tu não falamos. Partilhamos muito pouco e um fosso foi crescendo, pelo menos da minha parte. Deixei de ser capaz de te procurar na net ou de ter qualquer iniciativa contigo... mas talvez porque comecei a achar que tu não queres saber. Comecei a achar que tu não fizeste mais do que ver se eu continuava disponível para ti e que só me procuras para brincarmos um bocado. Não teria nada contra uma espécie de "friends with benefits". Mas não assim, connosco desconfortáveis e distantes durante o dia ou a maior parte do tempo e descontrolados e cheios de desejo quando bebemos um bocado mais. Quero estar bem contigo e acima de tudo quero sentir-me eu quando estou contigo. Mas para isso preciso perceber o teu tom de arrependimento, preciso perceber o que é que não pode voltar a acontecer, perceber o que é que tu queres. Preciso de explicações, quer elas me magoem ou não. Lembras-te de me teres dito um dia "Vales mais do que a pena"? Pois bem, se estou a fazer isto é porque sinto o mesmo por ti e porque sei que consegui conquistar um lugar especial no teu coração. Caso contrário, porque razão me trarias tu um postal tão especial e tão bom lá do outro lado do mundo, quando sei que só tens desses gestos com quem realmente de importas? 

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