Hoje escrevo-te pela última vez... e nem sequer estou triste por isso. Da tua indiferença nasceu a minha indiferença. Não quero mais saber como estás e onde estás. Não quero mais saber de nada. Escrevo-te apenas porque preciso "materializar" este fim. Porque esta indiferença ainda é muito ténue... mas há-de crescer. Porque não consigo ser tão fria como tu e ainda carrego comigo muita raiva e muita mágoa. Sinto-me enganada por ti. Mas não tenho dúvidas. Não preciso de respostas. Não me interessa. Podes ter sido tudo aquilo que eu sempre quis e procurei. Podes ter-me feito sentir especial como nunca ninguém fez. Mas não podes magoar-me mais. Revelaste-te um cobarde, um homem com barba por fora mas um menino por dentro. Foste tu que me afastaste e pior do que isso é saber que me estou a ir embora e tu nem sequer te apercebes. No fundo, esta minha decisão já há muito que se tinha formado. Desde o teu regresso que nada mais fizeste do que facilitar este processo. Facilitaste a minha libertação. Mas tu sabes disso. Porque me conheces bem. "Porque se lhe partires o coração vais perdê-la para sempre", lembras-te? Tu vais dizer que não, mas eu sei que sim. Já chega. Adeus.
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