Razão ou emoção? Talvez uma das mais antigas lutas da humanidade... o melhor mesmo é tentar equilibrar as duas

quarta-feira, 6 de maio de 2015

Encontros que nos fazem pensar

Saudades, felicidade, saber que fizemos a diferença, motivação, orgulho... não consigo definir o que sinto neste momento... Encontrei por acaso uma antiga doente minha. Já não a via há dois anos... mas ela continua a ser seguida pelas minhas colegas de trabalho... Encontros destes dão sentido à minha escolha profissional... gosto muito de fazer insvestigação mas sinto realmente a falta deste contacto com as pessoas, de as ver transformarem-se de consulta para a consulta, mesmo que isso implique uma luta tremenda... mas é essa luta que motiva, que nos faz sentir orgulhosos de nós mesmos, das pessoas com quem trabalhamos e dos esforços que as pessoas fazem. Porque a medicação ajuda, mas tudo depende delas. Sinto falta deste reforço, sinto falta do brilhozinho nos olhos dos outros, sinto falta do desafio. Não fui para Psicologia porque queria ajudar os outros... fui porque queria compreender o cérebro humano e o comportamento, porque achava ter uma sensibilidade especial. Tudo se confirmou, o meu gosto pelo cérebro refletiu-se nos 18 e 20 a neurociências (sim, cheguei a tirar 20 num exame prático de neuro), área que ainda hoje me fascina mas que infelizmente tive que deixar de lado... quem sabe um dia; a minha sensibilidade refletiu-se no departamento com que comecei a trabalhei e no que se desenvolveu posteriormente: trabalhei com doentes e familiares que requerem uma sensibilidade especial. Nem todos correram bem, mas no geral conseguia lidar bem com os cenários que encontrava e sei que consegui fazer a diferença em algumas pessoas. 

Às vezes lembro-me da energia daqueles tempos e pergunto-me porque não a tenho agora uma vez que pareço fazer as coisas sem vontade, apenas porque tem que ser. Hoje tive a resposta: falta-me a recompensa do brilhozinho nos olhos dos doentes para me manter a mim motivada em fazer mais e melhor. Hoje lembrei-me de como foi boa a experiencia, do que mudou em mim depois disso e do quanto eu gostava de mim naquela época. Hoje tive a noção de que gosto muito de fazer investigação, mas quero mais. Quero voltar a vibrar, quero voltar a sentir aquela energia, quero voltar aos tempos em que substituía lágrimas por sorrisos e esperanças. Quero investigação, mas também quero isto... Se há muito que acho que tenho que dar o salto... hoje isso afirmou-se ainda mais em mim. Tenho de perder o medo, procurar e avançar. Quero criar o meu espaço de trabalho. Algo que me complemente, que complemente o trabalho de investigação e que me realize. Está na hora de quebrar estas correntes que arrasto e que sinto afundarem-me diariamente. Está na hora de mudar. 

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