Dúvidas

Esta frase persegue-me desde o dia em que a li. Partiste apenas há duas semanas... mas para mim parece que foi há um mês. E o que me assusta é que, se por um lado, não há um dia em que não pense em ti, em que não te procure na net (nem preciso de falar contigo; ver-te on-line já me conforta), em que desejava que estivesses aqui para falarmos, para rirmos, para somente estarmos, pelo outro, e quase que simultaneamente, não há um único dia que não coloque dúvidas quanto ao que sinto e ao que fazer. E quanto mais penso e falo sobre isso maior é a sensação de abismo. E se eu estiver iludida? Como posso sentir-me assim por alguém que por vezes sinto que não conheço? Como pode todo o mistério que trazes contigo ser-me assim tão fascinante? Tenho medo que depois de tanto sofrimento, esta tua ausência me faça desistir de ti, principalmente agora que partilhámos sentimentos comuns. E isso causa-me uma angústia terrível! Se, sem dúvida alguma, acho que vales mais do que a pena, de igual modo a sensação de uma espera em vão e a perceção de ausência de futuro em nós, parece crescer de dia para dia.

Faltam 105 dias para o teu regresso. Quando falas comigo estás diferente. Preocupas-te, interessas-te, queres saber de mim. Tens, pela primeira vez, partilhado de forma espontânea as tuas aventuras, as tuas experiências, o teu dia-a-dia. Será a espera assim tão em vão? Terão as minhas dúvidas razão de ser? Como faço para gerir tudo isto? Sinto-me assustada... se apenas em duas semanas já estou assim, o que irá acontecer ao longo destes meses? Como será quando nos voltarmos a ver?... Maldito looping de pensamentos e dúvidas (quase) obsessivas!