Razão ou emoção? Talvez uma das mais antigas lutas da humanidade... o melhor mesmo é tentar equilibrar as duas

sábado, 9 de março de 2013

Santa ignorância!

Não sei se ria ou se chore depois de ler esta crónica no Público. Este senhor, que até pode ser muito bom jornalista, deve ter tido um verdadeiro ataque de insanidade ao escrever esta pérola. Pelo menos a mim, que estou na área da investigação científica, chateia-me imenso ler este tipo de coisas. Com este texto, esta personagem não só se revela alguém profundamente inculto, como de uma arrogância e preguicite aguda extrema! Então agora vamos julgar a qualidade e importância de certas teses com base no título que apresentam???

É certo que ainda há por aí muito boa gente a inventar títulos de bradar aos céus, mas cada vez mais se verifica um maior rigor e cuidado na elaboração de um título. Além do mais estamos a falar de trabalhos desenvolvidos em áreas específicas em que, à partida, que se decidir a ler essas tais "bíblias" estará minimamente dentro do assunto, conseguindo retirar algum sentido do título.

Mas este senhor não fica por aí! Não só critica os títulos pela sua extensão ou uso de jargão científico como ainda coloca em causa o conteúdo de alguns trabalhos elevando a sua já comprovada ignorância ao quadrado! Desde quando é que não há ciclones na zona do mediterrâneo??? Isso é matéria do ensino básico! Auto-regulação em crianças com 6/7 anos? Sim, meu caro amigo, é verdade! Começa-se desde muito cedo! Antes de julgar o que desconhece e escrever alguma coisa sobre isso, informe-se!!!

E por fim, a pièce de résistance: "...isto perdeu o glamour..." O quê????? Glamour?? Oh, amigo! Isso era antigamente em que fazer um doutoramento era chique, associado a intelectuais da alta sociedade em que se colocava um ser humano comum num pedestal sem precedentes. As coisas mudaram e ainda bem! Não é necessário ser-se nenhum Einstein! Mais do que isso é preciso ser-se metódico, organizado, curioso e persistente. Com esta afirmação, só vejo reforçados os formalismos da nossa sociedade associados aos doutores e senhores fulanos de tais que tanto me irritam! Meu caro, não havia necessidade!


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